segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Teatro Esporte Clube - Impro pra se divertir!


Não sei se já falei aqui antes, existem algumas frases do universo do impro, que são muito esclarecedoras: "Don't do improv, let improv do you." (Não faça improviso, deixe o improviso fazer você") é uma das melhores. Resume exatamente o que vivenciei neste domingo ao jogar com o Tec da Diretora - Improvisadora Ana Ribeiro.

O Impro é realizado em uma sala alternativa, de 40 lugares, ornada com máscaras e apetrechos que são usados nas cenas, que está sempre lotada por uma platéia ávida por diversão pura e simples. São pessoas de diversas procedências e status sociais dos subúrbios do Rio. Compradores do Norte Shopping que são laçados pela lábia, simpatia e a espontâneidade dos atores-Improvisadores que panfletam na porta do suntuoso Teatro Miguel Falabella convidando-os para uma tal de "Batalha do Saara" uma batalha de cenas improvisadas.

Nesse Domingo 14 de novembro estávamos lá no camarim eu, o casal Fofo, Tiago Conte, Maíra Guarabira e Maira Holzbach aquela ansiedade que dá friozinho na barriga começa a rolar, o público entra, mas rola uma quebra da rotina! Ana Ribeiro não estava lá!! Ela que apresenta... Vamos esperar um pouco, ponderamos. Até que Tiago Conte toma frente e diz para entrarmos em cena, quando Ana chegasse ela tomaria as rédeas. Maíra entrou, apresentou os atores para a platéia e propôs os jogos de aquecimento. O primeiro - "Na Forma de" - onde os jogadores formam cenários um a um - puxou risadas tímidas. O segundo, "Jogo da Corrente" empolgou um pouco mais e foi editado no momento certo por Ana Ribeiro que tinha ficado presa fora do Teatro, até aquele exato momento, quando entrou na sala apitando.

Impressionante como Ana Ribeiro colocou a platéia na mão ao apresentar a estrutura dos jogos e definir os times com um bom ritimo e muito bom humor. Logo estávamos todos nos divertindo, como se estivéssemos em uma festa em um grande apartamento em jogos clássicos como "História em um minuto" - "Jogo do alfabeto" - "Jogo das frases" terminando com uma novela Mexicana hilária. A plateia vota na melhor estória mas a Ana também vota e o placar é muito louco pois o critério de Ana Ribeiro é digno do nonsense de um Chacrinha, fazendo com que a competição não importe muito, o que importa é divertir e provocar o público, que fica em dúvida se deve protestar ou aceitar tudo. Mas sem dúvida rieem muito, e se divertem e participam e saem de lá satisfeitos com a festa, assim como os atores que também saem felizes e divertidos com as loucas histórias que lá foram encenadas.
Enfim uma fórmula de impro despretensioso e que cria simpatia ao movimento e apresenta uma idéia divertida, irreverente e encantadora de impro. Uma Companhia que trabalha com o coração, se diverte com o que faz e forma um público que vai levar ótimas lembranças daquelas histórias engraçadas encenadas por aquele bando de intrépidos atores improvisadores.

Esses estão sendo forjados pelo Impro.

Vida Longa ao Impro - Vida Longa ao TEC!

domingo, 7 de novembro de 2010

Para quem não sabe amar


O Mês de Outubro acabou e deixou saudades. O Campeonato Carioca e o Brasileirão de Impro realizado pela Cia de Teatro Contemporâneo foi um sucesso, não apenas para o Alcateia que abocanhou os dois títulos, mas para todos os que deles participaram.

O Campeonato foi uma imensa oportunidade de diversas companhias, entre Cariocas, Paulistas, Mineiros e Paranaenses, trocarem experiências e contatos. Mostrou que o Impro é realmente um movimento generoso, talentoso e capaz de abraçar todos os gostos tipos e formas de se improvisar. São em movimentos como esses que se forjam amizades. Ainda mais hoje em dia, em nosso mundo globalizado. Pois pelo menos em meu Facebook e em meu Twitter a festa ainda não acabou. São centenas de fotos, postagens, reportagens, entrevistas e intercâmbios que mantém vivo o campeonato e seus participantes mesmo uma semana após o fim do evento.

Um evento bonito como a filosofia do Impro, onde a competição de verdade é pela melhor estória encenada. Abrindo portas onde muitas outras estórias ainda podem e vão acontecer em cena e na vida.

Espero que este evento sirva de sinal e ilumine aqueles que trabalham com impro mas ainda não entenderam o verdadeiro espírito da coisa. É gente, eles existem, pelo menos para mim, e se apequenam por sua inveja e falta de noção. Para esses - Cazuza:

“Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas
Que já nascem com cara de abortadas

Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm

Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas minicertezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia

Pra quem não sabe amar
Fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada

Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem”

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Alcateia Campeã Carioca de 2010

A letra do Funk do Alcateia para vocês:

Entrada:

Batidão!

Oleeee Olaaa Somos o Alcateia e "viemo improvisá"... 3X

Somos do Alcateia e "viemo" pra jogar
E contamos com a platéia para nos prestigiar

Batidão!

Quem "tivé" junto com a gente, por favor levanta a mão
E vem cantar conosco o nosso refrão

Alcateeeeeeeia (Só no sapatinho)
Alcateeeeeeeia (Cuidado com o Dinho)
Alcateeeeeeeia

Tá tudo Improvisado YO!

sábado, 23 de outubro de 2010

Perder a voz mas ganhar as semifinais não tem preço.


Rio de Janeiro, sexta feira 22 de outubro de 2010.

Acordei às seis da manhã como de costume e fui para a escola onde dou aula o dia inteiro. Lá chegando coloquei minhas coisas na sala dos professores e lá se foram as 6 aulas da manhã. Saio para almoçar e retorno para o colégio onde preparo minhas aulas da tarde. Ao entrar na sala dos professores notei uma pilha de livros sobre a mesa. Sentei-me ao computador e mal percebi quando uma professora entrou e começou a manusear os livros para colocá-los nas estantes.
Em questão de segundos aquela sala fechada e com ar condicionado ligado foi infestada por milhares de ácaros agarrados à milenar poeira que saia daqueles livros. E eu devo ter inalado a todos. Após as primeiras aulas do turno da tarde eu fui perdendo a voz, à noite ela já era um fiapo.
E para valorizar ainda mais essa baita quebra da rotina, eu tinha um treino sexta a noite, um treino sábado de manhã com o Alcatéia, duas turmas de improvisação e.... Ah! A semifinal do Campeonato Carioca de Improvisação!!!!

Rio de Janeiro, sábado 23 de outubro de 2010.

Fiz o melhor que pude para tentar recuperar a minha voz a tempo, mas foi tudo em vão! Um misto de frustração e raiva foi tomando conta de mim, até que me encontrei com meus companheiros da Alcateia. Combinamos o revezamento de praxe, pois somos cinco e só podem ter quatro por jogo em campo. Decido por não começar jogando. Eu entraria após o primeiro jogo.
Começa a partida somos os primeiros a entrar, cantamos o Rap, que saiu meio nervoso no final. Eu saio de quadra, “Os Insetos” nossos adversários, adentram o campo, cantam seu hino e o Dinho sorteia o primeiro jogo: dublagem. Escolhidos os títulos, um time dubla o outro em uma cena. O juiz cênico, pode pontuar apenas uma equipe e dá o ponto para Os Insetos, o Juiz Técnico pode pontuar ambas as equipes, mas pontua apenas Os Insetos. No voto do público Os Insetos também ganham. 0 x 3!
Susana me procura na platéia e pergunta se eu quero entrar. Testo a voz e nada sai, declino o convite, mas morrendo de vontade de subir ao palco.
No segundo Jogo Cena Mista foi 2x0 para o Alcateia (foi isso né anônimo?). A partir daí naõ perdemos mais. Foi só gol de placa!
A quarta cena era “Plataforma Musical” o Alcatéia escuta a música e Alessandro entra compungido e o que se vê a partir daí é uma tragédia novelesca onde todos os atores entram imbuídos de verdade e propõem um fragmento de cena séria em 3 minutos.
Foram aplaudidíssimos, ganharam à partida.
O placar terminou em 10 x 6 (obrigado Anônimo) com o Alcateia classificado, após um duríssimo jogo, com adversários que realmente apresentaram um impro de primeira qualidade, para as finais de domingo dia 24 de Outubro, hoje, as 21h.
Obrigado Alessandro Valeryo, Ary Aguiar, Danilo Maroja, Susana Soares e Kastello. Espero que minha voz retorne. Até lá. (E também que a minha memória não falhe)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

5 Motivos para participar do Campeonato Carioca de Improvisação.


Nos seis anos de Campeonato Carioca, participei ativamente de todos, seja como espectador, colaborador, Juiz técnico, apresentador ou treinador. Esse ano resolvi entrar como jogador.

É engraçado. Mas sempre que digo que estou num time ao lado ótimos improvisadores como Ary Aguiar, Alessandro Valeryo, Kastello, Danilo Maroja e Susana Soares, o interlocutor faz uma cara de espanto e diz: - Ahhhh assim não vale! É covardia!

Fico em dúvida: - Será uma ironia?

Então me lembro que muitos improvisadores que estão atualmente na cena Carioca ou até mesmo estudando o Impro aqui no Rio, já passaram pelo Campeonato. Alguns dos que pisaram no palco da Sede da Cia de Teatro Contemporâneo, e um dia levantaram o troféu, nunca mais aqui retornaram.

Este ano a Cia resgatou alguns dos vitoriosos integrantes dos Improvinsanos, Alberto Goyena (Betão), Bernardo Sardinha, Carlos Limp (Carlinhos), e Pedro Ribamar colocando-os como excelente Juízes Técnicos. Todos muito cientes da técnica e da importância do Juiz, como formador de platéia consciente do jogo de cena que ocorre no Impro. E Também resgatou como juiz o talentoso improvisador Fábio Nunes, que foi campeão de umas das primeiras edições do campeonato junto com Tata Werneck.
Apesar de todos serem ótimos juízes acho que essa galera toda seria muito melhor aproveitada nos palcos jogando! Existe uma premissa do Impro que diz que devemos valorizar as ofertas colocadas em cena para que elas se tornem melhores. Não seria o Campeonato uma oferta?

Então comecei a pensar em 5 bons motivos (entre tantos) para eu participar do Campeonato como jogador:

1 - Pelo prazer de estar no palco jogando, sem isso nada do que eu disser depois vai valer!

2 - A participação de improvisadores mais experientes no campeonato faz com que se aumente o nível do espetáculo.

3 - A plateia vai ver mais gente jogando impro de alto nível. A tão falada formação de plateia para impro, que é diferente da plateia de um show de comedia.

4 - Os jogadores dos demais times vão sentir mais estímulo para estudar a técnica.

5 - Afinal no Brasileirão os times serão profissionais: os 4 de São Paulo estudam Impro ha um bom tempo e 3 deles possuem shows próprios, assim como a galera do Paraná. Os jogadores de Minas tiraram quarto lugar no Mundial do Chile!

Isso sem contar no intercâmbio de idéias e na divulgação do Impro que é promovida pela Cia de Teatro Contemporâneo durante os dias de Campeonato.

Mas acho que isso vai mudar aos poucos. Na minha chave esse ano, todas as equipes possuíam ótimos improvisadores, porém muito inexperientes. Mas percebo em todos eles aquele brilho no olhar e aquela vontade de acreditar que uma cena improvisada pode ser perfeita, se houver generosidade, escuta e treino.

Torço para que todos eles voltem para o VII Campeonato mais maduros, assim como espero também a volta dos improvisadores mais experientes, para que possamos fazer jogadas inesquecíveis no palco.

Reafirmo que o impro é um movimento teatral importante que depende da união e do intercâmbio entre os interessados (que ainda não são tantos assim)para que seja mais divulgado e possamos sair do gueto.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Profissionais x peladeiros


Esta semana no Campeonato Carioca de Improvisação o Alcateia aplicou uma goleada em um time de novatas, formado apenas por meninas. O Alcateia jogou o fino nesse dia. Mas a goleada ocorreu também porque o grupo das meninas era muito fraquinho. Elas nunca treinaram impro, já haviam participado de concursos de esquetes e acharam que dava para "improvisar" histórias...

Afinal todos que vêem o Impro na TV ou no Youtube acham que a coisa é fácil e não precisa estudar... Ledo engano!

Me lembro uma vez que o Fluminense estava para ser rebaixado e seu time estava muito ruim mesmo. Resolveram fazer uma disputa dos "artistas peladeiros" contra o péssimo time do Fluminense. Obviamente os profissionais meteram uma goleada nos peladeiros, deixando muito claro a abismal diferença que existia entre os times.

Conversando com o Omar Argentino ele me fez uma comparação muito legal com o futebol. Existem os profissionais do esporte e os "peladeiros" de plantão. A diferença é que o profissional dedica tempo treinando e se aperfeiçoando, enquanto que os "peladeiros" se reunem apenas para jogar nos fins de semana.
Acho que no impro acontece o mesmo: existem os profissionais e os peladeiros...

Omar Argentino, um baita profissional do Impro, esteve aqui no Rio agora em outubro. Ele é um cara muito bacana e um profissional de inquestionável competência e dedicação. Fiz duas oficinas com ele e assisti o seu solo. Acabamos nos tornando amigos. O solo dele é uma experiência única e acho muito difícil mesmo de se fazer algo parecido. O jeito dele atuar e contar uma história é uma experiência pessoal, única e intransferível. Mas me inspirou em buscar formatos mais longos e ousar buscar uma atuação mais realista na improvisação.

Espero realmente que se formem centenas de times de "peladeiros" de Impro, pois certamente, alguns desses peladeiros sentirão a necessidade de se aperfeiçoar e assim veremos surgir novos profissionais com novas técnicas e espetáculos tão impressionantes como o do querido Omar Argentino

domingo, 1 de agosto de 2010

O Formato Longo no Brasil



Este mês aproveitei para assistir espetáculos de impro que trabalham o formato longo. Peças improvisadas com uma hora de duração. Como o improviso de longa duração busca aprofundar a relação entre os personagens em cena, é um trabalho de ator/autor que exige coragem, treino e confiança para dar certo.

Atualmente existem duas peças em cartaz com essa proposta no Brasil.

No Rio de Janeiro o espetáculo "Dois é Bom" com Claudio Amado e Ana Paula Novellino (Teatro do Nada) e em São Paulo o "Caleidoscópio" com o grupo Jogando no Quintal, dirigido pelo talentoso Marcio Ballas.

"Dois é Bom" investe na relação entre os personagens criados durante a peça. Claudio Amado abusa de sua versatilidade, criando caracterizações interessantíssimas, sempre contracenando com Ana Paula, que investe a fundo na relação, criando histórias lúdicas e singelas, alcançando o público com emoções dignas de bons roteiros escritos para esse fim. Como, por exemplo, um avô que vive com sua neta que trafica loló e lhe realiza um "desejo", um motorista de bugre em Natal que leva sua paquera para passear, mas não tem a recíproca desejada de romance. E até mesmo uma alta executiva deprimida e com tendências suicidas, que vai ao terraço do edifício onde trabalha e é convencida a não se matar pelo zelador que lá se encontra e que no final se revela um anjo. As histórias são ancoradas na realidade o que torna mais fácil a identificação com o público.

"Caleidoscópio" tem uma produção primorosa, com uma luz belíssima. Os atores são fantásticos,fico impressionado com a precisão corporal deles. Mas as histórias (todas no dia que eu vi) são calcadas no surrealismo: como o homem que consegue medir superfícies precisamente ao passar a língua sobre elas, um rapaz que quer fazer uma pinta cabeluda em forma de barata nas costas para impressionar a namorada ou um outro da alta sociedade que apresenta uma boneca inflável para sua família em um jantar formal, dizendo ser o amor da sua vida. Essas histórias contadas por esses palhaços magníficos rendem boas gargalhadas o tempo todo e compõem um bom espetáculo. Mas senti a falta de emoções mais profundas que um formato longo é capaz de proporcionar. Na peça que eu assisti apenas a última cena chegou perto de uma emoção diferente. Mas o espetáculo é sempre divertidíssimo e vale a visita ao teatro.

O Impro surpreende pela variedade que é capaz de abranger em seus formatos curto ou longo - a imaginação é o limite! E sempre ha espaço para aqueles que querem se arriscar a pular em um palco vazio para preenchê-lo com as idéias que lhe surgem na cabeça.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Os bons ventos da FESTLIP


O FESTLIP no Rio foi uma festa de linguagens teatrais dos povos que compartilham a língua portuguesa.
Bons ventos trouxeram o grupo a Barraca e com ela o ator e improvisador português Pedro Borges, rapaz simpático e talentoso, que chegou querendo conhecer a comunidade de impro do Rio de Janeiro.
Chegou e não só nos conheceu como, jogamos e nos divertimos muito juntos aqui durante sua estadia. Com ele pude me inteirar mais sobre os espetáculos de formato longo, que são muito mais comuns em Chicago - onde participou do Festival Internacional de Improv e fez oficinas no IO de Charna Halpern (http://chicago.ioimprov.com/), que os de formato curto. Mas Chicago é uma anomalia, em todo canto do mundo o formato curto é mais praticado.
Aqui no Rio o Teatro do Nada foi o primeiro grupo a colocar em cartaz um espetáculo de Impro de formato longo - Dois é bom - Com Ana Paula Novellino e Claudio Amado. O resultado é um impressionante exercício de dramaturgia ao vivo exercitada pelos atores e seus comparsas (músico e iluminador)resultando em histórias singelas e com desfechos emocionantes. Em São Paulo também já estreiou um espetáculo de Impro formato longo - Caleidoscópio - do grupo Jogando no quintal. Esta semana vou lá assistir, depois eu conto como foi.
Muita gente debate se o formato curto é melhor ou pior que o longo. Acho que essa discussão é inócua. São dois formatos completamente diferentes dentro da técnica do impro. Qualquer dos dois formatos pode ser, quando bem executados, um sucesso!
A diferença está no desafio dramaturgico que proporcionam. Enquanto que no formato curto o ator luta contra o tempo para terminar a história, cumprindo com as regras impostas por seu jogo (ao meu ver deve haver uma história a ser contada, mesmo no formato curto. Pessoalmente não gosto de jogos que contam piadas em detrimento da dramaturgia.)no formato longo não há um limite de tempo, então o que importa é a profundidade da relação entre os personagens, que vai sendo construída em volta de uma história onde se desenvolve a ação.
São dois desafios diferentes para o improvisador que deve conhecer e saber jogar os dois formatos e escolher qual mais lhe agrada.
Adorei a visita do amigo Pedro Borges ao Brasil. Nada como novos ares para ajudar a circular a informação e arejar um pouco nossa cabeça. Que os ventos o traga de volta em breve, ou então, que nos leve para lá!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Copa do Mundo de Improvisação


A Cia de Teatro Contemporâneo, uma das pioneiras do Impro no Rio de Janeiro, lançou esse ano a Copa do Mundo de Improvisação.

Aproveitando o clima de Copa do Mundo e esquentando os tamborins para o sensacional Campeonato Carioca que ocorre no fim do ano, a Cia realiza a copa que serve para as equipes treinarem, se conhecerem e para que ocorram alguns ajustes no formato.

Ajustes esses que ocorrem através de reuniões entre a equipe organizadora e os times, afim de aprimorar o espetáculo, fortalecendo o movimento de Impro na nossa cidade.

Mas muita coisa ainda tem que mudar na mentalidade e na postura dos jogadores.

O impro é uma técnica para criar histórias improvisadas, na hora, acatando sugestões da platéia. A única forma que o ator de impro tem para saber se está no caminho certo é perceber a reação da platéia em relação a história que contou. Essa noção vai por água abaixo, quando a platéia não está sendo sincera.

É muito comum que o ator convoque seus amigos para assistir ao espetáculo. O que é muito bom! Melhor ainda se na convocação, o ator em questão deixe claro que é uma disputa pela melhor história e que ressalte a importância da sinceridade ao votar.

Sim meus amigos, estou pedindo para que os jogadores sejam éticos e como cavalheiros, peçam para que seus amigos tentem ser imparciais. Afinal eu quero ganhar um campeonato de qualquer jeito, ou quero ganhá-lo porque realmente fiz boas histórias???

Qual o objetivo de uma Copa do Mundo de Improvisação, que não tem premiação final em dinheiro ou prestígio em jogo? Ganhar a qualquer custo, ou testar sua capacidade criativa com uma platéia afim de ver um bom espetáculo?


Acho que chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor!

sábado, 6 de março de 2010

Temas para histórias


Para os escritores e roteiristas que brigam para serem originais. Existem apenas alguns poucos temas para se desenvolver uma história.

Tem aqueles que acreditam haver apenas um tema para as histórias, proveniente do "conflito". Bem verdadeiro, mas as tendências atuais apontam para a teoria que fala da existência de 7 temas básicos.

De acordo com a biblioteca pública da internet eles são:

Ser humano contra a natureza.
Ser humano contra o ser humano.
Ser humano contra catástrofes ambientais.
Ser humano contra máquinas/tecnologia
Ser humano contra o sobrenatural
Ser humano contra si mesmo
Ser humano contra Deus/religião

Ronald Tobias, Autor de "Twenty Basic Plots" (Vinte temas básicos)acredita que são os seguintes temas que fazem boas histórias: busca pessoal, aventura, perseguição, resgate, escapadas, vingança, suspense, rivalidade, perdedores, tentação, metamorfose, transformação, amadurecimento, paixão, amor proibido, sacrifício, descoberta,pequenos poderes, ascensão e decisão.

A sobreposição de temas é muito comum nessa última teoria. Por exemplo "Rocky - O Lutador" é a história de um "perdedor", que passa por uma "transformação" e se "apaixona" enquanto está em uma "busca" pessoal. Nós não temos certeza, mas achamos que em "Cara cadê o meu Carro?" toca em pelo menos 16 delas.

Então, será que existe mesmo um número limitado de histórias? Talvez sim, talvez não. Mas uma coisa é certa os bons roteiristas sempre acharão maneiras de torná-las interessantes.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Improvisação Teatral e Musical


A proposta do curso é criar um espaço onde seja possível desenvolver e experimentar o método "Impro", com atores e não atores. O curso desenvolve um método para que aos poucos possamos desfazer as barreiras que adquirimos ao longo de nossa vida, e que nos impedem de correr riscos, de sermos nós mesmos no ato de criação. Ao final de seis meses, haverá uma apresentação pública.

Dias e Horários: 4 feiras das 18 às 20h e Domingos das 16 às 18h
Duração: 6 meses Quórum máximo: 12 alunos Investimento: 190,00

IAB - INSTITUTO ARTÍSTICO BRASILEIRO
Av.das Américas, 1917 - Bloco A - Cobertura 08
Barra da Tijuca - Rio de Janeiro
(21) 3553.9478 / 3153.1910 / 7844.1386
www.institutoartistico.com

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Bincando Com Impro 1


Vamos Iniciar a Sessão Bricando com Impro, que trará sempre um novo jogo para vocês testarem. Divirtam-se:


Fast Food Stanislawski

Como funciona

Pegue dois jogadores para fazerem a cena, talvez dê a eles uma plataforma ( um título, uma locação) mas também lhes forneça um subtexto para seus personagens. Exemplos de subtextos:

• você deseja seduzir o outro;
• você é um “nerd”;
• você gosta de fazer as pessoas rirem;
• você quer impressionar os outros;
• você é obsceno;
• você tenta ser uma pessoa comum
• você é um otimista / pessimista
• você acha que nunca encontrará seu namorado / namorada

Notas

Se você for utilizar este jogo em um curso, pode ser uma boa idéia perguntar aos alunos como cada um se comporta quando lhe é dado determinado subtexto. Enfatize que você busca um comportamento naturalista, o mais próximo da “verdade” quanto possível).
Esta é uma excelente técnica para se encontrar um personagem. Você pode até mesmo utilizá-la em uma apresentação dê a si mesmo um subtexto quando subir ao palco e veja no que dá.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Bloqueio (Teoria)


Traduzido por Flávio Lobo

(Keith Jhonstone´s Theatresports © and Life -Game News-Letter© - NewsFour – June 1992 – Revised edition)

Bloqueia-se uma idéia (ou intenção) quando o jogador a rejeita. Bloquear é a maneira universal de se obter cenas maçantes, ou seja, perder tempo sem que nada de interessante aconteça em cena.
Origem: Este termo era muito comum no “Royal Court Theatre Studio” no início dos anos sessenta, mas nós não éramos tão bons em perceber bloqueios, e ainda não entendíamos as complexidades. Mesmo o mais óbvio bloqueio nos escapava, especialmente quando acompanhados de gargalhadas da platéia.

Bloqueando e sendo “sonso”

O bloqueio ilude a platéia exatamente naquelas interações que ela pagou para assistir:

—— Cigarros?
—— Não obrigada.
—— Você quer que eu te dê um beijo aqui e agora?
—— Não, imagina! Seria como beijar um cinzeiro!
Isto provocaria algumas gargalhadas, mas não contribui para que aconteçam ações nas histórias. Se o beijo tivesse sido aceito então possivelmente algo teria acontecido.

Um marido diz:

—— Tem um barulho vindo do porão!
A mulher responde:
—— Quantas vezes eu tenho que lhe dizer que nós não temos porão?!

A platéia ri, mas agora os improvisadores nunca terão que descer estas escadas assustadoras! [Nota: eu suponho que deve haver um porão no mundo do marido, mas não no da esposa. Ela pode gritar quando ele começar a descer pelo chão sólido, algo como o jogo “dupla realidade”, mas o bloqueio é uma apenas uma tentativa de se manter a salvo, sempre no controle da situação, então qualquer idéia ameaçadora será aniquilada imediatamente].

Alguns improvisadores são como lutadores de luta livre que se negam a ceder a chance de seu oponente dar seu último golpe e ganhar o jogo.

—— Café?
—— Chá, por favor.
—— Aceita um cookie de chocolate?
—— Não teria um biscoito de baunilha?

Alguns bloqueiam até suas próprias idéias:

—— Gostaria de nadar?
—— Ótimo!
—— Oh! Ia me esquecendo! Esvaziei a piscina hoje de manhã.

O que é um bloqueio?

Quando ensino a não bloquear eu procuro recrutar juízes cujas decisões nós concordamos ser a decisão final. Procuramos sempre manter as discussões sobre as cenas até termos visto exemplos o suficiente.
Em caso de dúvida esses juízes devem se perguntara si mesmos: “A oferta é positiva ou negativa? Ela avança a narrativa ou a trava?”.

—— É o Cristo Redentor ali?
—— É o Rio de Janeiro!

A oferta implicaria que os jogadores estavam olhando para o Cristo Redentor. Como o Cristo se situa no Rio de Janeiro, argumenta-se que não houve bloqueio da ação do jogo.

E se a próxima oferta for:

—— Próximo slide por favor. Ah! Esta é a praia de Copacabana onde fizemos as oferendas para Yemanjá.

Os jogadores não estão mais no Rio de Janeiro, pelo menos eu duvido disso, pois eles estão em uma apresentação de slides. Alguém pode argumentar que isto “bloqueou” ou “Cancelou” toda a plataforma do Rio de Janeiro, mas nada no interesse da platéia foi alterado.

—— Próximo slide por favor...
—— Meu Deus.... Aquela é minha mulher!
—— Oh... Er...
—— Eu pensei que ela estava visitando sua tia em Singapura e ela estava no Rio de Janeiro com você Beto?

Certamente que a platéia está atenta a este desenvolvimento.

Se alguém diz:

—— Você viu o último filme que está em cartaz?

E ganha um “não” como resposta.

Pode parecer para todos como um óbvio bloqueio. Mas nesse caso tanto o não como o sim são aceitáveis, pois ambas as respostas poderão levar a história adiante.
Exemplos:

Positivo  Sim. Eu achei seu desempenho nas telas espetacular.

Ou

Negativo  Não. Vamos ver, está passando aqui pertinho!

(Nota do tradutor: Notem que tanto o sim quanto o não vêm acompanhados de ofertas generosas que conduzem à ação. O sim ou o não sozinhos tornam a cena estática. Você joga a batata quente para o outro se virar.)

Outro exemplo:

- Onde você está indo?
- Para minha aula de datilografia.
- Mentiroso!

Isso rejeita a idéia, mas a platéia estará menos interessada em ver a aula de datilografia do que saber o motivo dessa acusação. Este bloqueio está avançando com a cena, então argumento que este não é um bloqueio de forma alguma.

Bloqueio invisível:

O bloqueio pode ser invisível para olhos menos treinados:

- Com licença, doutor Jairo?
- Oh, eu não sou o Doutor Jairo.

Este bloqueio é claro, mas e se a resposta fosse:

- Oh, ele está no meio de uma cirurgia.

O jogador aceitou a existência do doutor Jairo, mas ao mesmo tempo recusou-se a ser o doutor Jairo. Alguém menos experiente poderia argumentar que esta resposta é obscura, mas dificilmente perceberia aí um bloqueio.

Pessoas que bloqueiam podem parecer sem talento, mas o ato de bloquear pode ser feito de maneira brilhante. Pedro finge que está alimentando os pombos e Irene diz:

- Eu reparei que você estava a comer esse alpiste.

- Sim, na verdade são cereais.

Pedro imediatamente rejeita a implicação de que ele é anormal, de que ele pensa que é um pássaro, de que está próximo de seu período de migração, que ele dá aulas de vôo, etc..., mesmo assim ele parece concordar com a idéia dela.

Agora um bloqueio que pode ser invisível para quase todo mundo: Ruth está alimentando um pássaro e Sandro diz:

- Céus! Um Pintassilgo pintado. O último da espécie.

- Sim É um Pantanaeirus avatrix. (Diz ela inventando um nome em latim). Eu estou escrevendo minha tese sobre ele.

Ela aceitou o pássaro e até se tornou uma “colega” observadora de pássaros, e uma que é provavelmente mais informada que ele, mas Sandro esperava uma resposta como:

- Oh meu Deus! Não! É o último da espécie.

Ou

- Nossa! É mesmo?

Ruth se tornou uma especialista a fim de bloquear a mudança de clima que estava sendo oferecida. Mas Sandro insiste:

- Oh não! Está morrendo!

- Meio dia, diz Ruth (inalterada): eles geralmente morrem nessa hora. - Ainda resistindo a qualquer transição emocional. O excesso de brilhantismo foi mal aplicado. A platéia gostaria de vê-la se emocionar, ser alterada pela oferta, mas ela teme perder o controle.

Bloquear pode envolver as expressões faciais do personagem, gestos e assim vai, por exemplo:

Ana está sentada em seu carro e falando com Breno quando seu marido chega e começa a fazer perguntas. Breno imediatamente envelhece quarenta anos e estabelece que ele é apenas um “carona”. Ele argumenta que estava tentando ser original, mas eu o vejo recusando o papel de amante, e bloqueando a tentativa do marido de deixá-lo em perigo.

Outro exemplo: Carol finge estar em um bar quando Edu a oferece um drink. Edu está agindo muito estranhamente e Carol também vai ficando cada vez mais esquisita, tanto quanto ele. Eles então se tornam gêmeos. A intenção dele seria constrangê-la (o que a platéia gostaria de ver) mas por estar imitando sua bebedeira ela se torna invulnerável. Para um observador casual isso pode ser percebido como se ela estivesse sendo sempre maravilhosamente cooperativa, mas não é o que ocorre.

Usos Construtivos

Aos iniciantes deve – se ensinar a não bloquear (Pois estes sempre bloqueiam como forma de defesa). Mas o bloqueio pode atuar como uma valiosa resistência. Alguns jogos são, inclusive baseados em bloqueios (“Troca de papeis” e “Dupla realidade”). O improvisador mais interessante é normalmente aquele que luta para alcançar algo que tenha algum valor, e que quebra e atravessa todas as barreiras – Mas se você remover o bloqueio não haverá nenhum obstáculo.

Bloqueios (Jogos)

I – Ambos os jogadores bloqueiam:

Este jogo é freqüentemente jogado antes do início de uma partida de Impro, como demonstração do que nós não queremos que aconteça em cena. E é quase sempre seguida de outra cena onde as idéias são sempre aceitas.
Muitos jogadores irão ignorar as idéias no lugar de bloqueá-las, mas não é esse o objetivo deste jogo. Por exemplo:

- Olá! Você está atrasado.
- Tocarei agora a sonata ao luar de Beethoven em minha gaita de foles!
- Não íamos jogar tênis?
- Aqui Totó vem... Bom garoto!

Peça aos jogadores que não ignorem, mas que aniquilem qualquer idéia vinda do outro jogador (muitos improvisadores fazem isto prontamente sem se perceber do fato).

- Olá você está atrasado!
- Não para você, eu não falo com estranhos.
- Nós não somos estranhos! Olhe para esta foto que tiramos juntos!
- Isto não é uma foto, é minha carteira de motorista.
- Acho então que vou chorar sobre sua carteira!

O jogador que aceitou a carteira de motorista perdeu o jogo (tratar a carteira de forma negativa não é o mesmo que aniquilar a idéia.)

Bloquear é uma forma de hostilizar, normalmente deixa todos deprimidos. Mas pode ser engraçado ver improvisadores destruindo cada idéia instantaneamente, enquanto se mantém estranhamente alegres.

II - Ambos Aceitam

- O que é aquilo flutuando no mar?
- Parece um corpo. Você sabe nadar?
- Claro que eu sei nadar.
- Bem, melhor nadarmos até lá para trazê-lo até a praia.
- Antes tarde do que nunca.
- Espero que a água não esteja muito fria.
- Gelada.
- Você está bem?
- Er... com um pouco de frio. Não vai entrar?
- Com prazer! Aughh!
- Fria?
- Gelada!
- Eu te disse!
- Certamente, eu ouvi, Augh!
- O que está acontecendo?
- O corpo ele está me segurando!
- Mas ele já deve estar morto há mais de uma semana.
- Há pelo menos uma semana. Não está reconhecendo?
- É Bill. Ele voltou para cobrar os quarenta reais que nós estamos devendo a ele.
- Tire ele de cima de mim!
- Pronto! Vamos nadar de volta à praia.
- Vamos! Que pesadelo!
- Será que estamos sonhando?
- Tenho certeza disso. Lá vem ele! Eu tenho vinte reais me dê os outros vinte.
- Tome.
- Entregue para ele.
- Aqui está Bill, não gaste tudo de uma vez. Peraí, se isso é um sonho nós podemos fazer ele sumir.
- Você tem razão, ele sumiu.
- Sim sumiu. Com os meus vinte reais!
- Espere um momento! Se isso é um sonho, podemos fazer tudo que quisermos!
- Vamos congelar o oceano.
- Feito!
- Uau! Olhe pra isso!
- Vamos andar sobre ele.
- Segure minha mão.
(ELES SIMULAM ANDAR NO GELO)
- Eu gosto de você Carlos.
- E eu gosto de você também Geraldo.
E assim vai até que tenhamos visto o suficiente, ou até que alguém mate uma idéia.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Quem não se comunica, se trumbica


Treino coletivo Alcateia e Impropria

Sabemos que é duro viver de arte, ainda mais no Rio de Janeiro onde a concorrência é grande, os espaços são raros (e caros). Os jornais não publicam os tijolinhos se vc não tiver com matéria paga e o público é arisco.

Mas vejo uma melhora no que diz respeito a comédia. Os "stand up comedy" estão bombando em bares e cafeterias, com muita gente talentosa nos palcos, e apesar do pouco incentivo dos governos existem iniciativas bacanas de artistas, que investem na reestruturação de espaços cênicos públicos.

O nicho da improvisação também cresceu bastante, com o surgimento de vários novos grupos que são incentivados pelas companhias mais experientes como o "ZE-Zenas Emprovisadas" (http://www.zenasemprovisadas.com.br/) e o "Teatro do Nada"(http://ciateatrodonada.blogspot.com/), que fazem trabalhos magníficos e completamente distintos de improvisação. O primeiro mais voltado para o humor e o último focado na dramaturgia.

Porém, na minha opinião,um dos maiores incentivos para a disseminação Impro em nossa cidade vem da Cia de Teatro Contemporâneo (http://www.ciadeteatrocontemporaneo.com.br/) , através dos cursos e oficinas de Improviso, que são oferecidos na grade do profissionalizante e como cursos livres; mas principalmente pelos campeonatos de improvisação que lá se realizam.

É através dos campeonatos que a Cia e seus alunos alcançam o grande trunfo: o intercâmbio de idéias entre os praticantes deste gênero teatral. Foi na Cia que tive o prazer de conhecer e/ou fazer oficinas com profissionais da Argentina, Alemanha, Canadá, Minas Gerais e Brasília. Foi no campeonato que conhecemos grandes improvisadores da Imprópria e dos Anônimos da Silva. Assim apuramos nossa técnica e trabalhamos nossa forma de pensar a Improvisação.

Aqui no Rio infelizmente, esta é a única opção de integração de grupos e troca de informações que vejo (pelo menos temos ela! Não estou reclamando). Falo "infelizmente" porque poderíamos ter mais opções... Mas os cariocas gostam de exclusividade e são chegados a andarem na contramão...

No Stand Up por exemplo, não vejo tanta frescura... Tem conhecido meu que viaja fazendo show por todo o Brasil, integrando diferentes grupos, que abrem para convidados e são receptivos, pois a recíproca será verdadeira. Uma aceitação e um cavalheirismo admiráveis, que não vejo na maioria de meus amigos e colegas improvisadores (do Rio). Já em São Paulo, o papo é outro... Assim como em toda a América Latina.

Portanto está na hora de sentar para tomar uma cerveja e combinar de nos reunirmos para treinar, nem que seja uma vez por ano em um festival ou algo do gênero e improvisar...

Que 2010 seja um ano de intercâmbio e união pois como já dizia Chacrinha o Velho Guerreiro: "Quem não se comunica se trumbica" - Alooo Terezinhaaaa.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Princípios Improvinsanos



Os Improvinsanos - Grupo de improvisação carioca, tem entre seus integrantes o sensacional Pedro Ribamar. Sujeito de criatividade e inteligência ímpares, sambista nas horas vagas. Assim que aprendeu os fundamentos do jogo cunhou um conjunto de princípios básicos do Impro, que até hoje eu falo para meus alunos.

São eles:


Aceitamos ser transformados

Não bloqueamos nossos companheiros

Quem manda é a história

Não saímos do nosso CE

Podemos até adiar
Mas voltamos para justificar

Cada um por todos

E todos por todos

E que o impro esteja conosco!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Quatro regras básicas que você precisa saber para estar no paraíso do Impro


Quatro regras básicas que você precisa conhecer para estar no paraíso do Impro...

(Artigo retirado do site http://www.ouimprov.com/print_media.html)

Existem regras para tudo, e especialmente na vida, existem exceções para todas as coisas, e como eu digo a todos os jogadores que treino, cada regra que lhes apresento, pode ser eventualmente quebrada. MAS, dito isso, existem algumas regras que um improvisador deve seguir para garantir o sucesso de suas cenas todas às vezes. Mesmo sabendo que elas podem eventualmente ser quebradas, mantenha o espírito dessas regras sempre intacto em seu coração. Fazendo isto, eu prometo que suas cenas vão melhorar e apresentar resultados mais ricos

1. Sempre comece cada cena com mímicas. A primeira pessoa que entra em cena deve criar o ambiente através da mímica.

A mímica cria o ambiente e o contexto onde o personagem se insere. Ela diz se o personagem está com fome, sozinho, feliz, triste. Ela diz onde ele/ela está e de onde veio. Existem muitas coisas que você pode demonstrar, simplesmente abrindo uma porta de geladeira e tirando de dentro alguma lata ou qualquer outra coisa, o que nos leva à regra de número 2...

2. Não descreva com palavras a ação que vc está fazendo. Nunca, de jeito nenhum, nem que a vaca tussa!

Falar sobre a ação não conduz a lugar nenhum e não tem nenhuma importância para a cena em si. Você pode falar sobre o que está na sua mão, mas não precisa dizer a ninguém o que voce está fazendo. Deixe que os outros descubram através da sua mímica. Isso adiciona também uma maior complexidade às relações entre os atores no palco. Nunca diga a ninguém que vc está pintando uma cerca, apenas realize a ação. A platéia irá adorar perceber qual é a ação que está acontecendo em cena, sem ser tratada como um bando de idiotas. Faça-os parecerem gênios e eles o amarão.

3. Não pergunte. Transforme as perguntas em afirmações e leve a cena para frente.

Perguntas são desnecessárias e criam momentos de transição na cena. Perguntas sempre animam alguém a ser “o engraçadinho”, ou força os personagens descreverem na cena o que está por vir. Perguntas não levam a nada. Ao trocar a pergunta: “Você poderia me passar essa caneta agora?” por: “Me dê esta caneta já”, você cria tensão e empurra a cena para ação. A pergunta atrasa esta ação e frequentemente cai em um jogo de perguntas, no qual a cena fica presa e não vai à lugar nenhum.

4. Os personagens devem sempre se conhecer a mais de cinco anos, nunca menos. Sim, vocês são melhores amigos desde que eram fetos!

Cenas de transição são dolorosas de assistir, e não há nenhuma possibilidade da audiência prestar atenção em tal cena. Já quando os personagens conviveram em muitas situações passadas, e tratam um ao outro como conhecidos, a coisa muda. A platéia gosta de ver esta relação que desperta interesse é envolvente. Quantas cenas relevantes podem ocorrer entre um garoto e um vendedor que acabaram de se conhecer? Muito poucas e muitas dessas idéias são encheção de lingüiça sem sentindo. Quando um conhece ao outro por cinco anos ou mais, naturalmente já existe uma base e uma história em comum na qual uma cena poderá ser construída.

Siga essas regras e a platéia acreditará que você é um gênio.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Curso de Improvisação Teatral em Botafogo


É neste sábado 09/01/2010 às 11:30 da manhã, que teremos a primeira aula de Impro do ano na Cia de Teatro Contemporâneo - Rua Conde de Irajá, 253 em Botafogo, bem pertinho da Cobal do Humaitá.
Serão abordadas técnicas de improvisação, teatroesporte, e jogos. A intenção é formar um grupo capaz de criar histórias coletivamente, sem combinação prévia, a partir de títulos sugeridos, gêneros ou regras pré estabelecidas.

Maiores informações pelo telefone 25375204.


Apareçam.