segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Teatro Esporte Clube - Impro pra se divertir!


Não sei se já falei aqui antes, existem algumas frases do universo do impro, que são muito esclarecedoras: "Don't do improv, let improv do you." (Não faça improviso, deixe o improviso fazer você") é uma das melhores. Resume exatamente o que vivenciei neste domingo ao jogar com o Tec da Diretora - Improvisadora Ana Ribeiro.

O Impro é realizado em uma sala alternativa, de 40 lugares, ornada com máscaras e apetrechos que são usados nas cenas, que está sempre lotada por uma platéia ávida por diversão pura e simples. São pessoas de diversas procedências e status sociais dos subúrbios do Rio. Compradores do Norte Shopping que são laçados pela lábia, simpatia e a espontâneidade dos atores-Improvisadores que panfletam na porta do suntuoso Teatro Miguel Falabella convidando-os para uma tal de "Batalha do Saara" uma batalha de cenas improvisadas.

Nesse Domingo 14 de novembro estávamos lá no camarim eu, o casal Fofo, Tiago Conte, Maíra Guarabira e Maira Holzbach aquela ansiedade que dá friozinho na barriga começa a rolar, o público entra, mas rola uma quebra da rotina! Ana Ribeiro não estava lá!! Ela que apresenta... Vamos esperar um pouco, ponderamos. Até que Tiago Conte toma frente e diz para entrarmos em cena, quando Ana chegasse ela tomaria as rédeas. Maíra entrou, apresentou os atores para a platéia e propôs os jogos de aquecimento. O primeiro - "Na Forma de" - onde os jogadores formam cenários um a um - puxou risadas tímidas. O segundo, "Jogo da Corrente" empolgou um pouco mais e foi editado no momento certo por Ana Ribeiro que tinha ficado presa fora do Teatro, até aquele exato momento, quando entrou na sala apitando.

Impressionante como Ana Ribeiro colocou a platéia na mão ao apresentar a estrutura dos jogos e definir os times com um bom ritimo e muito bom humor. Logo estávamos todos nos divertindo, como se estivéssemos em uma festa em um grande apartamento em jogos clássicos como "História em um minuto" - "Jogo do alfabeto" - "Jogo das frases" terminando com uma novela Mexicana hilária. A plateia vota na melhor estória mas a Ana também vota e o placar é muito louco pois o critério de Ana Ribeiro é digno do nonsense de um Chacrinha, fazendo com que a competição não importe muito, o que importa é divertir e provocar o público, que fica em dúvida se deve protestar ou aceitar tudo. Mas sem dúvida rieem muito, e se divertem e participam e saem de lá satisfeitos com a festa, assim como os atores que também saem felizes e divertidos com as loucas histórias que lá foram encenadas.
Enfim uma fórmula de impro despretensioso e que cria simpatia ao movimento e apresenta uma idéia divertida, irreverente e encantadora de impro. Uma Companhia que trabalha com o coração, se diverte com o que faz e forma um público que vai levar ótimas lembranças daquelas histórias engraçadas encenadas por aquele bando de intrépidos atores improvisadores.

Esses estão sendo forjados pelo Impro.

Vida Longa ao Impro - Vida Longa ao TEC!

domingo, 7 de novembro de 2010

Para quem não sabe amar


O Mês de Outubro acabou e deixou saudades. O Campeonato Carioca e o Brasileirão de Impro realizado pela Cia de Teatro Contemporâneo foi um sucesso, não apenas para o Alcateia que abocanhou os dois títulos, mas para todos os que deles participaram.

O Campeonato foi uma imensa oportunidade de diversas companhias, entre Cariocas, Paulistas, Mineiros e Paranaenses, trocarem experiências e contatos. Mostrou que o Impro é realmente um movimento generoso, talentoso e capaz de abraçar todos os gostos tipos e formas de se improvisar. São em movimentos como esses que se forjam amizades. Ainda mais hoje em dia, em nosso mundo globalizado. Pois pelo menos em meu Facebook e em meu Twitter a festa ainda não acabou. São centenas de fotos, postagens, reportagens, entrevistas e intercâmbios que mantém vivo o campeonato e seus participantes mesmo uma semana após o fim do evento.

Um evento bonito como a filosofia do Impro, onde a competição de verdade é pela melhor estória encenada. Abrindo portas onde muitas outras estórias ainda podem e vão acontecer em cena e na vida.

Espero que este evento sirva de sinal e ilumine aqueles que trabalham com impro mas ainda não entenderam o verdadeiro espírito da coisa. É gente, eles existem, pelo menos para mim, e se apequenam por sua inveja e falta de noção. Para esses - Cazuza:

“Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas
Que já nascem com cara de abortadas

Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm

Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas minicertezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia

Pra quem não sabe amar
Fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada

Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem”