segunda-feira, 26 de julho de 2010

Os bons ventos da FESTLIP


O FESTLIP no Rio foi uma festa de linguagens teatrais dos povos que compartilham a língua portuguesa.
Bons ventos trouxeram o grupo a Barraca e com ela o ator e improvisador português Pedro Borges, rapaz simpático e talentoso, que chegou querendo conhecer a comunidade de impro do Rio de Janeiro.
Chegou e não só nos conheceu como, jogamos e nos divertimos muito juntos aqui durante sua estadia. Com ele pude me inteirar mais sobre os espetáculos de formato longo, que são muito mais comuns em Chicago - onde participou do Festival Internacional de Improv e fez oficinas no IO de Charna Halpern (http://chicago.ioimprov.com/), que os de formato curto. Mas Chicago é uma anomalia, em todo canto do mundo o formato curto é mais praticado.
Aqui no Rio o Teatro do Nada foi o primeiro grupo a colocar em cartaz um espetáculo de Impro de formato longo - Dois é bom - Com Ana Paula Novellino e Claudio Amado. O resultado é um impressionante exercício de dramaturgia ao vivo exercitada pelos atores e seus comparsas (músico e iluminador)resultando em histórias singelas e com desfechos emocionantes. Em São Paulo também já estreiou um espetáculo de Impro formato longo - Caleidoscópio - do grupo Jogando no quintal. Esta semana vou lá assistir, depois eu conto como foi.
Muita gente debate se o formato curto é melhor ou pior que o longo. Acho que essa discussão é inócua. São dois formatos completamente diferentes dentro da técnica do impro. Qualquer dos dois formatos pode ser, quando bem executados, um sucesso!
A diferença está no desafio dramaturgico que proporcionam. Enquanto que no formato curto o ator luta contra o tempo para terminar a história, cumprindo com as regras impostas por seu jogo (ao meu ver deve haver uma história a ser contada, mesmo no formato curto. Pessoalmente não gosto de jogos que contam piadas em detrimento da dramaturgia.)no formato longo não há um limite de tempo, então o que importa é a profundidade da relação entre os personagens, que vai sendo construída em volta de uma história onde se desenvolve a ação.
São dois desafios diferentes para o improvisador que deve conhecer e saber jogar os dois formatos e escolher qual mais lhe agrada.
Adorei a visita do amigo Pedro Borges ao Brasil. Nada como novos ares para ajudar a circular a informação e arejar um pouco nossa cabeça. Que os ventos o traga de volta em breve, ou então, que nos leve para lá!